24 de jan. de 2009

Rubiane no país dos tanquinhos.




Todos os dias, durante essas adoráveis, e quase findadas, férias estou indo a Academia de Ginástica. Oh Deus, o Senhor em sua infinita sabedoria e misericórdia concedeu-me um pouquinho de inteligência, já que como atleta eu sou um perfeito fracasso.

Dia após dia, disciplinadamente, marcho para a academia a fim de cumprir o meu dever físico, pois a deserção seria condenada com a morte, morte do meu sonho de usar um manequim 42. Entre músicas tututututututu, polias, pesos e contra-pesos, contagens que vão de 1 a 8 e de 8 a 1 e finalmente a campanha "Carnaval sem camisa", lançada obviamente na aula de abdominal, sigo minha via dolorosa, sabendo que exercício físico é como cruz, cada um que carregue o seu.

Como boa Pollyanna que sou, tento ver o lado bom da situação, mas devo confessar que desta vez estou precisando de bons óculos para minha miopia de sedentária assumida ou como dizem os americanos coach potato.

Quase um mês depois, ainda me sinto um peixe fora d'água no mundo dos sarados. Eu não entendo a cara de felicidade deles durante os malfadados exercícios. Depois de muito pensar cheguei a seguinte conclusão: é a tal da descarga de endorfina, que deve acometê-los como um tsunami. Já no meu "corpitcho" deve, se muito, ocorrer um tímido gotejamento e eu com a minha mania de economizar os recursos, inconscientemente, vou lá e fecho a torneirinha.

Ainda no quesito "eu quero entender" tem as TVs da sala de esteiras. São cinco, onde cada uma passa um tipo de programação: Discovery Channel, SportTV, Notícias, todas no modo mudo. A única que tem voz, voz ativa é a da Globo e veja que beleza, enquanto eu suo para queimar as calorias, a Ana Maria Braga nos ensina como fazer pães doces, tortinhas e geléias. Não seria mais apropriado vermos e ouvirmos o Sport TV ou quem sabe a Discovery para exercitarmos o cérebro além dos músculos? Mas essas minhas críticas devem ser infundadas, devem existir por eu não ser um deles: os sarados. Afinal eles podem comer tudo, eu é que não.

E para terminar, tenho que contar da minha aula de Body Jump. Seria trágica, se não fosse cômica. Não me enganei, é exatamente este a ordem. Eu tenho uma coordenação motora passível de pesquisa. Ainda hoje não sei como consigo andar de bicicleta, pois tenho dificuldades sérias para coordenar meus movimentos amplos. Mas como estou de férias achei que valia a pena tentar. Quando dei por mim, estava numa mini cama elástica, pulando ou tentando pular de um pé só, depois com outro, depois com os dois ao mesmo tempo e aquele espelho me deixando ainda mais confusa. Depois era rodar, era pular dois pulinhos de cada vez. Foi dando curto circuito, curto circuito e o meu cérebro me perguntava: o que é que tu estás fazendo aqui? Observava minhas companheiras de aula, que pareciam em transe e seguiam perfeitamente as instruções do professor que sequer suava. Depois de quinze minutos, aproveitando um descuido do mestre escapei daquela fábrica de fazer doido. Não me senti totalmente derrotada, porque atrás de mim seguiu uma legião de incapazes, como eu.

Que todo meu sacrifício seja válido e que eu possa, dentro em breve, usar a tão sonhada calça jeans 42.



Para Chatarina Xuxu, que assim como eu, sofre no mundo dos sarados.

7 comentários:

Laurinha disse...

Haha, me diverti lendo isso. Aqui tambem o drama eh mesmo, Rubi, porque faz anos que ja nao tenho aquele corpinho de antigamente.

Rubiane disse...

Laurinha,

Eu raramente me lembro do corpinho de antigamente, as vezes fico confusa entre o sonho e a realidade. Agora fico imaginando que se não cuidar do atual, vou acabar virando um famoso personagem de ficçao científica: JABBA HUT.

Anônimo disse...

vc escreveu a mesma coisa que eu sinto. E olhe que eu também sou mio Pollyana. Mas frequentar academia de ginástica é demais pra mim.

Rubiane disse...

Carlinha,
É preciso ser para lá de determinada para aguentar as infinitas horas de academia de ginástica. É,realmente, um mundo a parte para os que não fazem parte dele. Haja jogo do contente.

Anônimo disse...

sim sim xuxu!
Nós sofremos no mundo dos sarados, pulando nas camas elasticas (não qual eu levei uma surra da terceira idade) e correndo na esteira que nunca nos levam a lugar nenhum.
Mas enfim, o verão taí e o lema é: " Comer leguminho..biquine de lacinho, comer macarrão...usar sungão!" hahaha temos que encorporar a idéia! Xuxu, apesar de vc ser séria, vc precisa fazer aula de DANCE, é bom pra suarr. Enquanto não atingimos nossas metas de manequins continuaremos a puxar os ferros. :) E quem quiser que nos siga ;)

Contemporânea I disse...

Rubi, o problema é manter o 42!!! Difícil, pois quando chegamos a tão sonhada 42, parece que a gente se acha no direito de voltar a comer tudo e de tudo!!!
Faz quase 2 anos que malho DIARIAMENTE (para ser lida como a musica da marisa e do antunes)e lhe digo com absoluta certeza: nada daquilo faz sentido, nada, nada! ë preciso abstrair e equanto eles ficam felizes puxando ferro, ficamos felizes pelo banho depois naquela ducha maravilhosa que normalmente existe nas academias!!!
beijos e força na peruca!

Rubiane disse...

Fá,
Aquilo é a viagem ao país das maravilhas. Só sendo...
Beijos
Rubi