28 de set. de 2008

Início da Semana de Provas


Amanhã começa a maratona de provas.
Esperem por mim na linha de chegada, ok?

24 de set. de 2008

I Have a Dream


“Tratar os iguais como iguais e os desiguais como desiguais, na medida de suas desigualdades”. Este é o conceito de Justiça Distributiva de Aristóteles, e é baseado nele que eu invoco um tratamento desigual para a minha desigualdade.
Nos últimos dias eu tenho tido um sonho, que está quase tão difícil de se tornar realidade quanto aquele do Reverendo Martin Luther King, se bem que o dele tinha um caráter universal e o meu pessoal, mas acho que sonhamos com a mesma intensidade. Tudo que eu sonho é conseguir encontrar e comprar um sapato e um cinto preto. Você deve estar pensando: "acho que ela tinha dois textos e resolveu recortar e colar um pedaço no outro e ficou estranho, ou ainda e mais coerentemente, finalmente os rapazes da camisa branca vão poder levá-la para uma temporada de repouso, pois com certeza ela está precisando." Calma! Não é nada disso, e agora vou defender as minhas idéias que até aqui parecem desconectadas.
Primeira parte. Aqueles que me conhecem há bastante tempo, sabem que nunca fui muito afeita a roupas chamativas, nem cores que me façam parecer uma escala pantone. Eu gosto do básico, do trivial simples, do que me dê a chance de desaparecer na multidão. Tenho medidas grandes, tudo em mim é grande e muito. Cabelos, boca, olhos, mãos, quadris, pés e por aí vai, sendo assim não há porque carregar nas cores. Eis os motivos.
Agora a segunda parte. Preciso comprar um sapato e um cinto, como dizem por aqui, mais alinhados. Quando eu me dei conta disso, já começou a me dar um certo aperto no coração, pois embora não compre essas coisas de moda, elas vivem passando na minha frente e baseado no que via sabia que a minha tarefa seria árdua. Ah esse meu sexto sentido, castigo de toda mulher, que nunca erra. Segui para onde tudo acontece nessa cidade, o Shopping Center Recife. Lembre-se do meu sonho: um sapato e um cinto preto, simples. Pois é, mas o óbvio e simples parecem inapropriados no mundo da moda e descobri isso da pior maneira possível. Nesta estação vivemos sob a égide do verniz. Tudo brilha, assim como os sapatos de Dorothy, na estrada dos tijolos amarelos. Agora você que me conhece, tenho cara de quem usa sapato de verniz? Sapato com fivelas de pedrinhas brilhantes? Será que terei de submeter-me a tal situação,porque a moda assim quer e assim devemos obedecer? Afinal, a liberdade de escolha não é um dos pilares dos mundo capitalista democrático?
Conclusão. Após rodar que nem uma roleta de cassino, no nosso sacro-santo Shopping Center, pude mais uma vez sentir na pele, nos pés e na cintura das minhas calças, que ainda por cima é baixa, que o mundo da moda é tudo, menos democrático. Que as diferenças devem ser mesmo é massacradas e que você deve estar sempre agradecido por ter alguém que decida o que você pode comprar, mesmo que o dinheiro seja seu.
Deixo aqui meu desabafo e aproveito para lançar a campanha: "por uma moda mais desigual"


Rubiane, de camisa hering e calça jeans.

PS: se alguém souber onde posso comprar coisas que não sejam de verniz ou de astronauta (prateado), em Recife, me avise.

Para Anabel, que apesar de estar sempre na moda, vai me levar a um porto seguro, onde eu possa comprar peças de indumentária, sem que para isso tenha que deixar de ser eu mesma.

19 de set. de 2008

Presente Régio



Faz um tempo que Flávio cismou que eu deveria ter um notebook. E se tem uma coisa que quando Flávio cisma é impossível demovê-lo, é sobre tecnologia. Ele simplesmente ama e acha que todos devemos amar da mesma forma e com a mesma intensidade.
E ele tanto fez, tanto falou, que eu, que até então achava que o tal do "computadorzinho" seria apenas mais um "pra que isso", acabei aceitando, gostando e querendo um notebook. Diante do meu desejo, ele como um príncipe de conto de fadas, buscou em todos os lugares o meu presente, um que fosse perfeito para mim. Logo no início da busca era um Asus, mas de repente apareceu o HP mininote 2133 e ele achou que esse sim combinava comigo.
Hoje o meu presente chegou e devo dizer, que ele realmente é lindo, digno de uma rainha, porque embora Flávio seja um príncipe, eu acho as princesas umas bobas.

14 de set. de 2008

Ensaio Sobre a Cegueira.


Eu amo cinema. O lugar, as cadeiras, a expectativa antes do apagar das luzes, os traillers - esses eu amo em especial - o cheiro da pipoca e as sessões sem adolescentes, embora eu ame as que tem crianças, porque na maioria das vezes elas respeitam o sacro-santo espaço, além de saberem se emocionar como ninguém.

Hoje meu companheiro (forma politicamente correta de denominar o marido) me fez um convite-convocação para assistirmos o novo filme de Fernando Meirelles. Trata-se do Ensaio sobre a Cegueira, baseado no romance homônimo do escritor português José de Saramago. O filme é como um elefante: pesado, porém lindo.

Não vou falar aqui sobre o que vocês podem e devem assistir, mas quero dizer que morro de orgulho do Meirelles, da forma inteligente que ele colocou na tela uma das melhores histórias do século XX. A música do filme é uma história a parte, quem for assistir lembre-se do que eu digo quando as mulheres da ala 1, seguem em fila indiana para a ala 3.

A Julianne Moore está ainda mais fantástica que o habitual. A sua personagem tem sobre si a maldição de enxergar em um mundo de cegos, que abandonam as normas de conduta pela lei do mais forte. É a velha máxima encarnada : o que os olhos não vêem, o coração não sente, e o dela sente muito. Na sua beleza branca (ela é tão branca quanto a cegueira dos personagens) de heroína/mártir ela sofre e tenta sobreviver ao diabo. Saramago também nos mostra como é inerente à personalidade feminina a solidariedade, o amor e a defesa dos que ama.

No lançamento do livro Saramago disse:

"Este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso."

Mas mesmo assim, eu recomendo.

5 de set. de 2008

Ah, minhas sobrancelhas...

Certo dia, quando eu era criança, resolvi raspar as minhas sobrancelhas (sim, eu também fiz peraltices). Pronto! Foi a conta! Elas que nunca foram muito domesticadas, ressurgiram como verdadeiras taturanas de fogo arrepiadas. Elas são grossas, por natureza e despenteadas por opção.
Na infância, tal característica é engraçada, mas ao passarmos para a adolescência começamos a ouvir a mesma coisa em de várias bocas, como se estivéssemos em um episódio do "além da imaginação": "tuas sobrancelhas são lindas, só precisas limpar estes cantinhos aqui..." - parecia comercial de faxina. Até que um dia, eu resolvi atender as vozes. Para que?! Que coisa dolorosa é a tal do "fazer as sobrancelhas". Aquilo é uma tortura. Mesmo não sendo um poço de vaidades, admito que ao "limpar" os tais cantinhos meu visual melhora bastante. Por isso, uma vez a cada 30 dias (deveria ser 21) eu sigo para o meu cadafalso, a clínica de estética Maura Sobrancelhas. Lá as meninas nos tratam com todo o carinho possível e imaginável, mas mesmo assim doí muito. Tenho vontade de me atirar através daquela parede vidro, subir pelo muro e sumir por cima dos telhados da vizinhança, como nos filmes italianos. No entanto o resultado vale a pena e é por isso que resisto bravamente aos meus instintos de fuga, como os que me acometeram na última terça-feira.

Leitura da Semana


"Já tens água demais, pobre Ofélia! Eis porque contenho minhas lágrimas. Ainda assim, é uma necessidade humana; nossa natureza as reclama, embora a vergonha não cesse de protestar. Quando esse pranto cessar, tudo que em mim houver de feminino terá acabado."

Hamlet IV,VII