16 de jul. de 2009

A linha e o linho.


"É a sua vida que eu quero bordar na minha
Como se eu fosse o pano e você fosse a linha
E a agulha do real nas mãos da fantasia
Fosse bordando ponto a ponto nosso dia-a-dia
E fosse aparecendo aos poucos nosso amor
Os nossos sentimentos loucos, nosso amor
O zig-zag do tormento, as cores da alegria
A curva generosa da compreensão
Formando a pétala da rosa, da paixão
A sua vida o meu caminho, nosso amor
Você a linha e eu o linho, nosso amor
Nossa colcha de cama, nossa toalha de mesa
Reproduzidos no bordado
A casa, a estrada, a correnteza
O sol, a ave, a árvore, o ninho da beleza"

Gilberto Gil

5 de jul. de 2009

"Beija-flor sou tua rosa, hei de amar-te até morrer"







Você já esteve em sua casa e de repente um beija-flor adentrou pela janela, deu uma voltinha no ambiente e quando ele saiu você ficou repleto de felicidade?

Hoje aconteceu isso aqui em casa. A campainha tocou e quando eu abri, entrou enchendo o ambiente de luz João, meu afilhado, e meu cumpadre.

Eu podia esperar muita coisa boa, até porque eu sempre espero coisas boas, mas essa visita superou tudo que minha vã consciência pudesse almejar para uma deliciosa manhã de domingo.

Ele chegou, cheio de novidades e pediu-me para explicar como usar o MSN, falou dos livros que estava lendo, jogou transamerica com o padrinho, que depois se enfretaram numa eletrizante partida de Guitar Hero's, onde os dois eram o punk. Rimos a valer. Mas como um beija-flor que entra na sua casa com sua beleza infinita apenas por uns instantes, ele partiu e foi beijar outras flores, que como eu estavam saudosas dele, também.

Obrigada pela visita, lindo beija-flor.

Para João,
amor primeiro.

4 de jul. de 2009

The Big Bang Theory


Ainda no quesito "não vivo sem, embora não acrescente em nada": The Big Bang Theory.

Ando apaixonada pelos nerds mais simpáticos e neuróticos da TV: Leonard, Sheldon, Howard e Raj.

Fora os diálogos engraçadíssimos, cheios de fina ironia e situações cotidianamente surreais, descobre-se a todo tempo que, de nerd e louco, todos nós temos um pouco.

Eis o dialógo pelo qual cheguei a conclusão que tenho muito de Sheldon.

Sheldon:Esse sanduíche é um desastre completo. Eu pedi peru, rosbife, alface e queijo suíço no pão integral.
Raj: E o que eles mandaram?
Sheldon: Peru, rosbife, queijo suíço e alface no pão integral.
Diante do olhar de total incompreensão de Raj e Howard, ele esclarece.
Sheldon: São os ingredientes certos, mas na ordem errada. Em um bom sanduíche o queijo deve proteger o pão e criar uma barreira contra a umidade do alface. Parece que trouxeram isso direto de um lava-rápido.
Leonard, comentando sobre algo bem nerd que ele estava vendo na net: Eu não acredito!
Sheldon, acreditando estar Leonard concordando com seu tratado sobre o sanduíche: Eu sei, é ciência culinária básica.


PS: a loirinha linda é Penny, uma janela para o mundo real, se é que ele existe.

A Coleira.


Apresentação

Devo dizer que este não será um texto fácil. Portanto se você quiser deixá-lo de ler aqui, eu não só entendo, como recomendo. Este texto não vai te deixar feliz, nem tão pouco pensando em coisas boas.

Prólogo

Eu já falei de Megabyte aqui. Da importância dela nas nossas vidas. De quanto fomos felizes por ela ter dividido sua breve existência conosco. Vou contar mais uma coisa sobre ela. Desde sempre Mega teve em seu lindo pescoço uma coleira, tipo corrente, onde havia uma placa com seu nome e nossos telefones, caso, Deus me livre, ela se perdesse. Ela a usava diariamente, só a tirava para tomar banho e quando acabávamos de a enxugar balançávamos a corrente e ela vinha para colocarmos novamente. Era engraçado, parecia que sem a coleira ela se sentia nua. Acho que ela também tinha medo de se perder da gente.

É hora de você desistir...

Sábado passado fui deixar Flávio no Recife Antigo, por volta das 7 horas da manhã. Resolvi voltar pela Avenida Sul, coisa que nunca faço. No final da via há uma ponte que nos liga ao bairro de Afogados. Não havia o tráfego intenso, mas havia carros o suficiente para que eu não parasse imediatamente. De repente olhei para o lado direito da ponte e vi um homem, na casa dos 20 anos vestido de bermuda, tênis e camisa de malha.Segurava por debaixo das patas dianteiras um cachorro amarelo de costas para si, um vira-lata desses fortinhos (estilo pitt bull), do outro lado do parapeito da ponte. Eu testemunhei exatamente quando ele o soltou. O mundo parou. Eu não conseguia crer naquilo que meus olhos estavam vendo e por um momento invejei Édipo que arrancou os seus. - Eu disse para você desistir - . Ele deu uns passos e olhou para o rio, talvez para certificar-se de que a sua ação tenha sido prodigiosa e então naqueles milésimos de segundo, que ficaram gravados a ferro e fogo em minhas retinas, eu vi o pior, ele guardou a coleira do cão no bolso. Ele atirou o cão no rio, mas guardou sua coleira. Meu Deus, tem algo errado, muito errado.

Minha cabeça processava tudo tão depressa que não sei como não subi a calçada. O cachorro, o rio, a coleira. Imediatamente uma enxurrada de lembranças invadiu-me: Mega e sua banheirinha rosa, sempre com água morna e de sua correntinha com placa que ela ostentava com tanto orgulho. Pensei no pobre do cão, nas suas patas traseiras patinando no ar, na sua queda livre, no seu mergulho. Não sei se ele sobreviveu. Eu com certeza, naquele momento, morri um pouco mais do que o que habitualmente morremos a cada dia.

Ainda não passei pela ponte, mas um pedaço significativo da minha credibilidade na raça humana foi atirada de lá, e com certeza, não sobreviveu.

Epílogo

Quando for minha vez de encontrar o Criador quero que na minha mão ao invés de um terço ou flores coloque-se a coleira de Mega, que está devidamente guardada para isso. Quero levá-la para ela. Quero novamente colocá-la em seu pescoço, porque uma coleira não é nada sem um cachorro. E um Homem não é nada sem o amor de um cão.


Para Rosa Zarella,
por seu amor incondicional aos animais em perigo
e a quem eu admiro ainda mais.
E para Dora Maar, que hoje tem casa, comida e coleira.

25 de jun. de 2009

São João





Frio.
Fogueira.
Fogos.
Comida.
Pai e Mãe.

Pena que é apenas uma vez por ano.
Pena nada!
Se fosse todo mês, eu não passaria mais pela porta e só andaria do compartimento de carga dos aviões.

21 de jun. de 2009

Vrummm, vrummm, vruuummmmmmmmm


Quem disse que semana de prova é só livros, cadernos e anotações. Semana de prova é semana de aventuras também.

Vocês que me conhecem mais de perto, sabem que eu sou extremamente cuidadosa, diria mesmo medrosa, mas Daniel, my brother, precisava de uma ajuda urgente e devido a esse necessidade de semana de prova topei vir com ele da faculdade à minha casa - mais ou menos uns 15 kilometros. Até aí nada demais, pois faço esse caminho todos os dias. O que você não sabe, ainda, é que eu fiz esse percurso de moto.

Saímos da faculdade umas 20h e seguimos para a Agamenon Magalhães, justo eu que tenho horror de andar de carro por aquela via com medo de sua famosa violência, seja por causa dos roubos, seja por causa dos acidentes, em sua maioria com motos. Mas Daniel precisava de ajuda, então vamos. Meus dedos batucavam nas minhas pernas por todos os milímetros que percorremos, sinal tácito do meu desconforto. Atravessamos os viadutos, a ponte do Pina e na minha cabeça só pensava "vou acabar virando um processo na mesa de Chatarina. Flavinho vai ser o beneficiário do meu DPVAT".

Daniel foi um lorde, não fez ultrapassagens incorretas, não costurou, não xingou os demais motoristas. Fui relaxando e quando vi, estava em casa, sã e salva. Subimos peguei o trabalho e vi pela janela Daniel seguir de volta para casa.

Essa semana ao chegar na faculdade, encontrei-o com um enorme sorriso no rosto. O trabalho o havia ajudado a passar. Aquele homem do tamanho de uma porta, estava feliz como um garoto no dia de seu aniversário. Diante da alegria de Daniel pensei: "tudo vale a pena, quando a alma não é pequena." E o que é uma voltinha de moto mediante a felicidade de um amigo?!

Para Daniel, my brother, que vai embora para o interior e vai deixar um vazio tão grande quanto ele.

Adeus Bicho-Papão.



Foi duro.
Foi difícil.
Mas como tudo na vida, passou.
Assim acabou as semanas de reinado do bicho-papão.
Agora só em agosto.
Mais uma vez, sobrevivi.