5 de fev. de 2009

... você nunca leu nada igual!


Quem? sr krauze
Onde? Livraria Cultura
Quando? 16.02.2009
A que horas mesmo? 19h



3 de fev. de 2009

Bom Dia, Animal Planet

"Desculpe, eu fui olhar para o passarinho..."


Ontem na savana, houve um acidente envolvendo um búfalo, provavelmente eletricista e uma gazela, que até onde se sabe, escreve em um blog.

Segundo demais animais, que apreciavam água de coco na localidade do referido sinistro, a gazela desenvolvia velocidade constante e estava em sua faixa. No sentido contrário, seguia um búfalo, este distraiu-se ao observar dois passarinhos que faziam consertos em um poste, (leia-se homens da celpe). Acredita-se que ele ficou maravilhado e em plena curva entrou na via da gazela. Esta ainda gritou um "cuidado", que deve ter sido abafado pelo rugido dos carnívoros, que seguem do lado de lá da savana. Resultado, a pobre gazela bateu na lateral do búfalo e adivinhe quem levou a pior...

Uma queda, sem grandes consequências reais, apenas o corpo cheio de areia, coisa que a gazela detesta, um arranhão de nada na perna e avarias no guidão de Madame Souza, que já foi habilmente recuperado.

Depois de umas ironias básicas e pedidos de desculpas, seguiram cada qual para o seu caminho. As vezes mesmo entre os herbívoros pode haver momentos de tensão.

"O importante, é levantar-se, sacudir a areia e dar uma pedalada por cima disso tudo."- afirmou sorrindo a gazela, enquanto seguia para sua casinha.

PS: o búfalo não quis dar maiores declarações e apenas repetia, "desculpe, eu fui olhar para o passarinho..."

Dona Coruja, direto da Savana Herbívora para o jornal Bom Dia, Animal Platet.

2 de fev. de 2009

Meu limão, meu limoeiro.


O post anterior foi escrito pelo meu lado masculino e este será pelo feminino.

Dois seres humanos que se reconhecem um no outro. Uma vida de trabalho e lembranças sob a sombra de lindos limoeiros e um mundo dominado por toda maldade que pode habitar no imenso vazio dos que não têm alma.

Para Fabíola, que adora uma boa história, uma xícara de café ou uma limonada e sabe como ninguém valorizar isso tudo.

1 de fev. de 2009

Lemon Tree


Duas mulheres, uma plantação de limões e um mundo desgraçado conduzido por homens.

Bicicletas de Boa Viagem Ville - Final - A CONSULTORIA


Sempre que nos aventuramos por algo novo encontramos nossos pares. Uns podem ser iniciantes como eu e Flávio, outros podem ser veteranos como o meu consultor para assuntos ciclísticos, o Sr. Laércio.

Sr Laércio é nosso porteiro no prédio. Muito antes de eu chegar para morar aqui, ele já estava, para dizer a verdade, ele é patrimônio cultural e afetivo da nossa morada. Um dia enquanto estávamos lutando com as nossas bicicletas para definirmos a melhor altura da sela e do guidão, ele dividiu conosco a sua sabedoria sobre esse assunto. Primeiro explicou que as nossas pernas não podem extender-se completamente quando descemos o pedal, coisa que mais tarde os professores da academia de ginástica confirmaram. Que o guidão não pode nos deixar com as costas curvas, pois se isso acontecer ficaremos com dores. Que lado estava o freio traseiro e o dianteiro e como acioná-los corretamente para não voarmos como uma pedra sobre a bicicleta, além de outras coisinhas técnicas.

Mas o que eu gostei mesmo foi quando ele me explicou que a dele era bicicleta e que a minha era bike. Fiquei sem entender, mas ele não me deixou muito tempo a pensar e na sua imensa solidariedade com quem está começando a pedalar rapidamente explicou-me a diferença

As bicicletas são as mais fortes da espécie. Tem quadros reforçados, bagageiro e são mais pesadas. Não é à toa que seu maior ícone chama-se Barra Forte.

Já as bikes, são mais leves, menores, velozes e bonitas e em nome das bikes agradeço pelo bonita.

Levando para o animal planet as bicicletas seriam os búfalos e as bikes, as gazelas. Acho que Flávio vai trocar a bike dele por uma bicicleta ainda hoje.

Agradeci os ensinamentos e parti para a ciclovia. Quando cheguei lá novas portas da percepção haviam sido abertas. Pois agora eu já via a diferença entre as bicicletas. A primeira coisa que pude observar é que a ciclovia não é só para passear com o vento na cara, muitos do que estão ali, estão indo ou voltando do trabalho. E então enquanto pedalava percebia que as bicicletas levavam muitos trabalhadores e que, algumas vezes, no bagageiro havia pistas do ofício de cada um. Eram colheres de pedreiro, chaves de cano ou mesmo vestimentas que me lembravam a de Sr Laércio e dos outros que cuidam dos nossos prédios, como se fossem a casa deles. Eles seguiam apressados, mas seguros de si. As vezes na reta, uma porção deles passava por mim, justo eu que pedalo um espécie mais ágil, mas não tão ágil para os que fazem da sua bicicleta uma companheira ideal para grandes distâncias.

Por falar na outra espécie, lá está ela com suas cores chamativas, com uma elegância própria de uma gazela - ops, Flávio continuará sem gostar dessa comparação. Seus usuários podem ser divididos em dois grupos: os que estão apenas pedalando e curtindo a paisagem e os que estão esforçando-se por melhores marcas, usando capacetes, macacões que tem uma almofada costurada no traseiro e bicicletas que custam quase o preço de um carro. Esse grupo vê na ciclovia um espaço para exercitar-se e/ou tomar uma água de coco.

Sim, a ciclovia é democrática e como numa savana a coabitamos sem medo dos carnívoros, que seguem dentro de suas caixas de metal despejando todo CO2 que podem.