Ontem quando cheguei em casa, tive a grata surpresa de encontrar entre as minhas correspondências um cartão-postal que me foi enviado por Rui David e Rosana, diretamente do museu de Anne Frank, na Holanda. Embora ache a internet o máximo com seu acesso rápido, tem uma coisa que ela não consegue nos dar ainda, a alegria de um bom e velho cartão-postal. O cartão-postal é como uma declaração de carinho pessoal e intransferível. Primeiro você conhece o lugar e ao conhecê-lo, você lembra de alguém, que muito provavelmente seria excelente companhia para aquela descoberta, então pensa: "pôxa, fulano adoraria esse lugar" ou ainda "nossa, esse lugar é a cara de beltrano" e como querendo compartilhar a emoção que sentiu, resolve mandar para a tal pessoa um pedacinho daquele momento. Aí vem a outra parte, que por incrível que parece, é ainda mais legal: achar um cartão exato, isso é, que mostre algo realmente significativo para aquele amigo em especial, escolher o selo, escrever no lugar onde o carimbo não impeça a leitura etc. E nesses detalhes , modéstia a parte, eu sou muito exigente. Na nossa última viagem não houve um cartão-postal repetido dos quase 40 que enviei. Como iria a vários destinos, escolhi as cidades que mais se pareceria com cada um dos destinatários. Ao enviar um cartão-postal você está dizendo: "olha estou muito feliz, e nessa felicidade toda lembrei de você". João, meu afilhado amado, ficou muito empolgado, pois foram os seus primeiros cartões-postais, e talvez por isso mesmo, esperava o seguinte como quem espera papai noel às vésperas do Natal. Já Cyane achou lindo eu resgatar uma velha tradição dos viajantes. Tradição esta que está sucumbindo devido aos e-mails que passamos das lan-houses quando estamos viajando. No que depender de mim, esta tradição permanecerá por muito e muito tempo, pois onde houver um cartão-postal e um posto de correios, eu e minha caneta bic estaremos lá.
Para João, o meu maior incentivador do envio de cartões-postais.