31 de jan. de 2009

Bicicletas de Boa Viagem Ville - Capítulo II - MADAME SOUZA E BRUNO.


Desde que viu as obras da ciclovia pela primeira vez, o menino pimenta que mora dentro de Flávio despertou. E por causa desse despertar, ele começou a sonhar com a bicicleta que o levaria para passear junto a brisa do mar.

Em dezembro, no seu aniversário para ser mais precisa, sua mãe o presenteou com uma bicicleta vermelha. Para mim é vermelho cereja, mas ele rapidamente retifica dizendo ser vermelho fechado.

Como diz Eclesiastes: "Melhor é serem dois do que um, porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro, mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante." E baseado nesta pérola poética, Flávio decidiu que nós deveríamos andar de bicicleta juntos e então foi a vez dele presentear. Ganhei uma bicicleta vermelho diabinho, que ele logo disse que era vermelho aberto e uma buzina de plástico no formato de um cachorro.

Não deu outra, a minha bicicleta ganhou nome: Madame Sousa e o cachorrinho buzina tornou-se Bruno, afinal o que seria de Madame Souza sem seu fiel escudeiro? Se você não entendeu é porque não assistiu a fabulosa animação "Bicicletas de Belleville" e isso é muito mau. Tem certos filmes que se não assistirmos não garantimos o nosso lugar no reino dos céus e esse, com certeza, é um deles. Portanto siga para a locadora, imediatamente, preferencialmente de bicicleta, leve seu cachorro e vá pegar essa preciosidade, antes que o dia do juízo final chegue.





Bicicletas de Boa Viagem Ville - Capitulo I - A CICLOVIA


Na minha época de criança ganhar uma bicicleta era um marco. Descobrir o mundo sobre as suas duas rodas próprias era o símbolo maior de independência que uma criança podia almejar. Tardes inteiras pedalando sem lenço, sem documento e sem medo. Lembro-me que a minha primeira bicicleta foi uma monareta e que a ganhei em outubro de 1980. Ela era verde água metálica. Improvisou-se uma cestinha de palha para que eu pudesse ir a quitanda buscar algo quando minha mãe precisasse. Fomos uma família de cicilistas. Meu pai nos levava nas horas iniciais dos dias para desfrutarmos a nossa bela cidade plana como um LP. Doces lembranças da minha velha infância.

A cidade mudou e não foi para melhor. O aumento de carros estreitou as ruas e a violência, essa mancha escura e fétida que se espalha por todo o nosso país, nos mantém aprisionados dentro de muros e grades e devido a isso a liberdade necessária para pedalarmos foi-nos roubada. Olho pelos alambrados dos prédios e vejo um bando de pré-adolescentes em suas gaiolas de ouro, sem sequer imaginar como seria divertido entrar em todas as ruas do seu bairro de bicicleta durante a temporada de férias.

No entanto, aqui pelo lado da zona sul uma nova obra pode ser a condição para tirarmos o transporte ecologicamente correto do ostracismo. É fato que a ciclovia do calçadão é por demais modesta diante da necessidade de vias para esse transporte, mas ela está lá para ser usada e parece que é exatamente isso que a populaçao está fazendo.

29 de jan. de 2009

O sonho entrou por um ouvido e saiu pelo outro.


Você algum dia teve um sonho de infância, que por algum motivo não realizou? Pode ser um sonho comum como ir a Disney, ter um Dálmata ou usar uma fantasia de super herói. Pode ser também um sonho estranho, como quebrar o braço para poder colocar gesso que deveria ser todo riscado pelos seus amigos de escola, usar aparelho ortodôntico ou mesmo um par de óculos. Ou ainda sonhos peculiares e diria até pessoais e intransferíveis, como ter um sapo de estimação que você batizaria de Barnabé, mas esse sua mãe logo vetou. Às vezes o fato desses sonhos estarem no mundo do inatingível os torna ainda mais desejáveis. Até que um dia, acidentalmente, e na maioria das vezes é assim, ele se torna realidade e você descobre que enquanto ele foi sonho era bem melhor. E foi exatamente isso que aconteceu comigo hoje.

Como eu já havia contado lá trás, eu estou na academia e por causa dela tenho lavado o meu cabelo diariamente, esse meu cabelo que lembra Sansão em seus aúreos tempos, portanto haja sabão e água para tirar todo e qualquer suor. Obviamente a água segue o caminho que a gravidade ordena, ela desce e descendo entra no ouvido e isso acontecendo um excesso de cera é produzido dentro do conduto auditivo externo (chique, né?). Entre as minhas manias está a dos cotonetes. EU AMO COTONETES, mas fazia muito tempo que não os usava. Terça-feira não tendo o que fazer, resolvi limpar os ouvidos. O que aconteceu? Limpei um pouco e o resto da cera empurrei para o meu tímpano direito: fiquei surda! Você, talvez diante de tal adversidade, ficasse nervoso, preocupado, pensando mil e uma coisas, mas eu fiquei feliz. Calma, não chame os homens de branco e sua jeitosa camisa de mangas loooongas que amarra atrás. Este intempérie seria convertida em vantagem, pois permitiria que eu realizasse um sonho de muitos anos: lavar os ouvidos! Que? Você deve estar se perguntando. Como assim lavar os ouvidos? Que sonho mais ridículo é esse? É ridículo, mas é meu, e acredito, que de todos aqueles, que como eu, amam cotonetes. Se eu pudesse colocaria uma toalha em um ouvido e a tiraria pelo outro, mas infelizmente isso não é possível, nem mesmo para os cabeças ocas ou de vento.

Agora vamos aos fatos. Cheguei no consultório do meu otorrino, aquele que me salvou das vertigens da labirintite e que devido a isso será sempre "o meu herói". Não posso negar que tive medo que ele dissesse que não seria necessária a lavagem. Seria literalmente um banho de água fria nos meus sonhos. Ele olhou o meu ouvido e docemente informou que não era nada demais, que uma lavagemzinha resolveria o problema. Aquilo foi canção para os meus ouvidos, inclusive o entupido. Ele esquentou a aguinha, sim porque tudo que é bom é com água morna e tchan, tchan, tchan, tchaaaaan. Colocou um jato de água dentro do tal conduto. Depois outro e quando eu vi, ou melhor ouvi, todos os sons tinham voltado, mas a sensaçao que eu queria não tinha acontecido. Na minha cabeça, acho que esperava por uns 10 minutos de lavagem. Na realidade eu não sei bem o que esperava, mas não era aquilo. Por fim, ele ainda pega uma haste comprida e metálica, com um algodão na ponta e coloca dentro do ouvido o que me causou um desconforto incrível, embora nao tenha doído.

Saí de lá ouvindo tudo, com o ouvido limpo e bastante decepcionada com a realização do meu sonho de criança. Vai entender, né?

25 de jan. de 2009

Nas asas da amizade



Embora eu nunca tenha sido vítima direta do descaso aéreo que assola esse país, sempre solidarizei-me com as suas vítimas. Porém ontem eu agradeci, pois graças a mais um atraso da GOL, Rafael perdeu a conexão para Noronha e está aqui na nossa casinha, onde já já vamos assistir a final da Copa São Paulo de Juniores, segundo ele, de mãos dadas torcendo para o Corinthians. Como é bom ter os amigos conosco.

24 de jan. de 2009

Rubiane no país dos tanquinhos.




Todos os dias, durante essas adoráveis, e quase findadas, férias estou indo a Academia de Ginástica. Oh Deus, o Senhor em sua infinita sabedoria e misericórdia concedeu-me um pouquinho de inteligência, já que como atleta eu sou um perfeito fracasso.

Dia após dia, disciplinadamente, marcho para a academia a fim de cumprir o meu dever físico, pois a deserção seria condenada com a morte, morte do meu sonho de usar um manequim 42. Entre músicas tututututututu, polias, pesos e contra-pesos, contagens que vão de 1 a 8 e de 8 a 1 e finalmente a campanha "Carnaval sem camisa", lançada obviamente na aula de abdominal, sigo minha via dolorosa, sabendo que exercício físico é como cruz, cada um que carregue o seu.

Como boa Pollyanna que sou, tento ver o lado bom da situação, mas devo confessar que desta vez estou precisando de bons óculos para minha miopia de sedentária assumida ou como dizem os americanos coach potato.

Quase um mês depois, ainda me sinto um peixe fora d'água no mundo dos sarados. Eu não entendo a cara de felicidade deles durante os malfadados exercícios. Depois de muito pensar cheguei a seguinte conclusão: é a tal da descarga de endorfina, que deve acometê-los como um tsunami. Já no meu "corpitcho" deve, se muito, ocorrer um tímido gotejamento e eu com a minha mania de economizar os recursos, inconscientemente, vou lá e fecho a torneirinha.

Ainda no quesito "eu quero entender" tem as TVs da sala de esteiras. São cinco, onde cada uma passa um tipo de programação: Discovery Channel, SportTV, Notícias, todas no modo mudo. A única que tem voz, voz ativa é a da Globo e veja que beleza, enquanto eu suo para queimar as calorias, a Ana Maria Braga nos ensina como fazer pães doces, tortinhas e geléias. Não seria mais apropriado vermos e ouvirmos o Sport TV ou quem sabe a Discovery para exercitarmos o cérebro além dos músculos? Mas essas minhas críticas devem ser infundadas, devem existir por eu não ser um deles: os sarados. Afinal eles podem comer tudo, eu é que não.

E para terminar, tenho que contar da minha aula de Body Jump. Seria trágica, se não fosse cômica. Não me enganei, é exatamente este a ordem. Eu tenho uma coordenação motora passível de pesquisa. Ainda hoje não sei como consigo andar de bicicleta, pois tenho dificuldades sérias para coordenar meus movimentos amplos. Mas como estou de férias achei que valia a pena tentar. Quando dei por mim, estava numa mini cama elástica, pulando ou tentando pular de um pé só, depois com outro, depois com os dois ao mesmo tempo e aquele espelho me deixando ainda mais confusa. Depois era rodar, era pular dois pulinhos de cada vez. Foi dando curto circuito, curto circuito e o meu cérebro me perguntava: o que é que tu estás fazendo aqui? Observava minhas companheiras de aula, que pareciam em transe e seguiam perfeitamente as instruções do professor que sequer suava. Depois de quinze minutos, aproveitando um descuido do mestre escapei daquela fábrica de fazer doido. Não me senti totalmente derrotada, porque atrás de mim seguiu uma legião de incapazes, como eu.

Que todo meu sacrifício seja válido e que eu possa, dentro em breve, usar a tão sonhada calça jeans 42.



Para Chatarina Xuxu, que assim como eu, sofre no mundo dos sarados.

17 de jan. de 2009

Resoluções de Ano Novo



Todo mundo faz, então eu também quero fazer.
Eis as minhas promessas de Ano Novo:


  • Emagrecer;
  • Fazer exercício (aí meu Deus);
  • Não beber refrigerante;
  • Nao ir para final em matéria alguma;
  • Seguir, religiosamente, meu orçamento;
  • Ler 2 livros por mês, pelo menos;
  • Ver mais meus amigos;
  • Ser ainda mais feliz!

5 de jan. de 2009

É o fim do mundo mesmo...


Heresia!
Heresia!
Hoje está tão quente,
Que tomei
Banho de água fria.