28 de dez. de 2008

Aventuras de Natal II - Elling


A casa de minha mãe é rodeada de um silêncio profundo. Não há vizinhos, som alto ou qualquer coisa do gênero. No inverno aproveitamos bem o terreno, pois o clima é muito gostoso e passeamos entre as plantas e as pedras, colhemos frutas nas árvores e vegetais na horta. Parece o paraíso não é mesmo?, Mas quando chega o verão as coisas não são tão bucólicas assim, devido ao sol causticante e seus efeitos passamos a maior parte do tempo dentro da casa, que é quase um bunker contra o calor do Cariri.

Minha mãe se diverte nos alimentando, mas nem só de pão vive o homem - "a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte" - é por isso mesmo criamos o nosso esquema de diversão. Nas semanas que antecedem a travessia da estrada começamos a escolher os filmes, que iremos ver enquanto estivermos lá.

Na nossa última incursão natalina à casa de minha mãe, assisti um filme lindinho. Lindinho é o adjetivo que utilizo sempre que me refiro a um filme que te deixa com um semblante leve ao final, te conduzindo pela mão para um lugar seguro e feliz. É o caso de "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain", "Um lugar chamado Nothing Hill", "Procurando Nemo" e o mais novo integrante da galeria "Elling".

O filme norueguês, tem todos os ingredientes para ser pesado. Elling e Kjell Bjarne são pacientes psiquiátricos, que se encontram em um sanatório e iniciam uma amizade um tanto quanto inusitada. Depois de dois anos, eles são enviados para Oslo para participarem de um programa social de reintegração, onde deverão dividir um apartamento e desempenhar todas as atividades dos "normais". O filme, delicadamente, vai nos mostrando as dificuldades dos diferentes, a tentativa deles em proteger o seu mundinho isolado e perfeito, e principalmente, a amizade entre o pequenino e mandão Elling e o gigante e doce Kjell Bjarne.

Não deixa grandes perguntas filosóficas, nem questionamentos sobre a nossa existência. É leve, é bonito e agradável. Fala das coisas cotidianas de forma simples, . Nos envolvemos com os personagens e em pouco tempo queremos fazer parte daquele grupo de figuras excêntricas, mas adoráveis.

Foi um grande programa de Natal.

5 comentários:

Anônimo disse...

Xuxulina, será que eu me identifiquei com os personagens do filme?
hahahahaha

De médico e louco todos temos um pouco, não é?
beeeeeeeijos

AMO!

Contemporânea I disse...

por que que coisas boas e interessantes não podem ser leves, agradáveis? me dá sempre uma impressão que pra ser bom tem que pingar sangue ou ser chatéeeerrrimo!!!!
Gosto desse tipo de filme que é lindamente gostoso de se ver!

Rubiane disse...

Pois é, Fá.
Q mania que para ser bom, tem que ser torturante, sufocante, angustiante. Eu gosto é de ver filme lindinho para ser feliz.
Que a gente possa se ver muito para sermos realmente felizes.
Um grande beijo
Rubi

Rubiane disse...

Chata,
Sabe qual é o remédio de um doido, né?
Pois eu estou bem na sua porta, sempre.
Beijos
Rubi

Milena Magalhães disse...

Rubi,

obrigada pelas belas palavras lá no meu blog. Reinventar-me doeu um bocado. mas perdi um pouco o medo da dor. um dia, alberto me disse que eu sofria porque não estava mais acreditando em mim e no meu poder de desejar de novo, e quando eu conseguisse lembrar quem eu era, eu ficaria bem. eu acho que agora estou lembrando. e estou de novo feliz. e este natal foi bom, heim? vc acredita que até hj só fizemos uma festa de natal na casa dos meus pais? eles moram no ceará... todos espalhados, mas agora vou encontrar uma parte da família em porto velho e passar um ano novo família! desejo para ti um ano novo cheio de maravilhas e de encantos - com muitos filminhos e muitos livrinhos!

um beijo