4 de nov. de 2008

Deus ajuda a quem cedo madruga



Era 5h30 quando Flávio me "obrigou" a assistir Wall-E. Devo dizer que as 5h30 da manhã ainda não sou o habitual ser bem-humorado e centrado que você conhece, pois esse só bate o ponto às 8h. Mas para não começar o dia deixando o meu lado monstro vencer o meu lado médico, segui para o sofá pensando: "se for chato, cochilo e acabou". Precisou de três minutos, isso mesmo, apenas três belos minutos, para que eu ficasse totalmente apaixonada pelo protagonista do filme.
Eu poderia falar sobre a história, sobre o roteiro, sobre o maravilhoso e irretocável trabalho da Pixar - que entendeu que criança não é burra e por isso mesmo faz cinema de qualidade para esse público tão inteligente, agradando os miúdos e emocionando os pais e agregados.
O filme tem diversas passagens da literatura e do cinema. Músicas de extremo bom gosto e sacadas fantásticas, como o barulhinho típico do iMac ao ser iniciado. O nome da nossa heroína, remetendo a primeira mulher, aquela que fez companhia a Adão, quando ele vivia por essas bandas, sozinho... O animalzinho de estimação de Wall-E é aquele que sobreviverá a hecatombe nuclear, mas que a Pixar faz ficar tão lindo quanto um cachorrinho peludo. A falta de diálogo entre os personagens principais é outro atrativo. No cinema isso é a certeza absoluta que uma imagem vale mais do que mil palavras.
Mas é lógico que os humanos também aparecem no filme. A crítica a raça humana é fina como uma agulha, mas o líquido dentro da injeção é grosso. No filme somos seres gordos, preocupados apenas com nós mesmos, que vivemos conversando com os outros através de aparelhos, mas não temos a mínima idéia de quem está do nosso lado. É o mundo dos mp3, dos telefones celulares, das áreas de internet grátis, que nos levam para onde quisermos, sem precisarmos sair de nossas cadeiras e nos liberta da presença do nosso vizinho. É a sociedade do "eu me basto".
Poderia ficar aqui falando horas sobre o filme, porque ele realmente merece, mas eu quero que você assista, reconheça as pistas de literatura e cinema e que principalmente possa se divertir e emocionar, como eu tive o prazer de fazer. Agora uma coisa tem que ser dita: não perca os créditos, provavelmente é o mais bonito e inteligente que eu já vi na minha vida. Se você curte artes plásticas vai continuar reconhecendo muitas outras coisas.

3 comentários:

Anônimo disse...

É.. 5h30 é realmente um horário em que os seres bem humorados estão suprindo suas necessidades de sono.
Mas já ouvi ótimas críticas sobre esse filme.
Vamos promover um cineminha na Mauricio de Nassau! ;)

Beeeejos

Catharina

Sylvia Caxias disse...

Oi,
Assisti com meus filhotes e marido nas férias de julho, realmente é muito bom e vale a pena ser assistido.
Bj!
Sylvia

Laurinha disse...

Nos vimos Wall-E no cinema e tambem gostamos bastante.